Conversão de São Francisco
(Frei Tomás de Celano: VIDA I)
1- A longa enfermidade
provoca algumas mudanças na alma do jovem Francisco (1Cel 3): “Esmagado
longamente pela enfermidade... começou a pensar consigo mesmo outras coisas que
não as de costume”;
2- Guerra na Apúlia - planejamento,
resistência e desistência (1Cel 4-7): Ainda preocupando-se “com as coisas que
são do mundo”, Francisco deseja ir para a guerra na Apúlia com um nobre de
Assis; sonhou com sua casa cheia de armas militares; Porém, “mudado de
espírito, não de corpo, desde então se recusa a ir a Apúlia e se esforça por
orientar sua vontade para a vontade divina; auxiliado por um amigo, passou a
rezar numa gruta perto de Assis; “Num certo dia, como tivesse invocado mais
plenamente a misericórdia do Senhor, foi-lhe mostrado o que ele precisava
fazer”; “Dizia que não queria ir à Apúlia, mas prometia fazer na própria terra
coisas mais nobres e maiores”; Até pensavam que Francisco estava pensando em
casar-se;
3- Vende tecidos em
Foligno e quer empregar o dinheiro na restauração de São Damião (1Cel 8-9): “Tendo
vendido, como de costume, todas as coisas que levara, o feliz comerciante,
depois de ter recebido o preço, deixou também o cavalo em que então montava e,
voltando de lá, tendo deposto o fardo, pensava com religioso intuito o que
faria do dinheiro”; “Ao voltar para a
cidade de Assis, descobre perto da estrada uma igreja que outrora havia sido
construída em honra de São Damião, mas que ameaçava ruína próxima, devido à
demasiada antiguidade”; Encontrou na referida igreja “um sacerdote pobre” ao
qual ofereceu o dinheiro para a devida restauração; O sacerdote não aceita o
dinheiro, permitindo apenas que Francisco morasse com ele por algum tempo;
Francisco “atira em uma janela” o dinheiro que trazia consigo;
4- Reação do pai (1Cel
10-11): “Morando o servo do Deus Altíssimo no predito lugar [São Damião], o pai
dele rodou por toda parte como zeloso investigador, desejando saber o que tinha
sido feito de seu filho”; Depois que ficou sabendo, foi buscar Francisco, mas
este conseguiu se esconder numa gruta por um mês; A seguir, o jovem entra em
Assis onde é considerado um louco;
5- Rompimento com o
pai (1Cel 12-15): Quando o pai tem notícia da situação do filho, “arrastou-o
para casa de maneira bastante irreverente e indecorosa... encerrou-o por oito
dias num lugar escuro”; tendo o pai se ausentado de casa, sua mãe o livrou da
prisão e ele “voltou depressa ao lugar em que estivera antes” [São Damião];
Depois de retornar da viagem, o pai vai em busca do filho em São Damião “para
pelo menos expulsá-lo da região, se não pudesse trazê-lo de volta”; “O pai “vendo
que não podia trazê-lo de volta do caminho iniciado, empenha-se totalmente em
arrancar-lhe o dinheiro”; Tendo encontrado o dinheiro atirado à janela
“extingue-se o furor do exasperado pai... Em seguida leva-o à presença do bispo
da cidade para que, renunciando nas mãos dele a todos os bens, restituísse tudo
o que tinha”; Francisco renunciando a tudo, “desnuda-se totalmente diante de
todos”; o bispo “acolhendo-o entre seus braços, cobriu-o com o manto com que
estava vestido”;
6- Convivência com
leprosos (1Cel 16-17): “Vestido agora com andrajos aquele que outrora usava
escarlate, ao caminhar por um bosque e cantar louvores ao Senhor em língua
francesa” foi vítima de ladrões que o atiraram na neve; Chegando a um mosteiro,
“estando durante muitos dias vestido somente com uma camisa barata como
servente na cozinha, ele desejou saciar-se ao menos com o caldo... Saindo dali,
não movido pela ira, mas pela necessidade, chegou à cidade de Gubbio onde um
antigo amigo adquiriu para ele uma túnica”; “Em seguida, o santo amante de toda
humildade transferiu-se para junto dos leprosos e permanecia com eles, servindo
como o maior cuidado a todos por amor de Deus”; “Vivendo ainda no hábito
secular, num certo dia encontrou um leproso e, superando-se a si mesmo,
aproximou-se e beijou-o... Ajudava também aos outros pobres, enquanto
permanecia no mundo e seguia o mundo... Num certo dia, contra seu costume,
porque era muito cortês, ao censurar a um pobre que lhe pedia esmola,
imediatamente levado pelo arrependimento,...colocou em seu coração o propósito
de que daí em diante, na medida do possível, a ninguém que lhe pedisse por amor
de Deus negaria algo”;
7- Restaura São Damião
(1Cel 18): “E depois que voltou ao lugar em que, como foi dito, antigamente
fora construída a igreja de São Damião... restaurou-a cuidadosamente em breve
tempo”;
8- Porciúncula (1Cel
21): depois de restaurar uma segunda igreja “perto da cidade de Assis”, ele se
transferiu para a Porciúncula que “estava então deserta e por ninguém era
cuidada”; Quando “a viu assim destruída, movido de compaixão,... começou a
morar aí permanentemente. E aconteceu que, depois que restaurou a dita igreja,
decorria o terceiro anos de sua conversão. Nesse tempo, trajando um hábito
parecido com o eremítico, cingindo uma correia e portando um bastão, andava com
os pés calçados”;
9- Escuta do Evangelho
(1Cel 22-23): Certo dia, na Porciúncula, escutou o Evangelho do envio dos
discípulos; Depois da missa “ele suplicou humildemente ao sacerdote que lhe
fosse explicado o Evangelho”; Após ouvir a explicação, Francisco diz: “É isto
que eu quero, é isto que eu procuro, é isto que eu desejo fazer do íntimo do
coração”; “Desata imediatamente os calçados dos pés, depõe o bastão das mãos e,
contente com uma só túnica, trocou a correia por um cordão”; “A partir de
então... começou a pregar a todos a penitência, edificando a todos com palavras
simples... É certamente admirável, porque começou a pregar onde no início,
quando era criança, aprendera a ler; e nesse lugar também foi primeiramente
sepultado... Em toda pregação sua, antes de propor a palavra de Deus aos que
estavam reunidos, invocava a paz, dizendo: O Senhor vos dê a paz!”;
10- Primeiros companheiros
(1Cel 24): o primeiro “foi alguém de Assis que tinha espírito piedoso e
simples” e o segundo foi frei Bernardo.
Paz e Bem!
Frei Salvio Romero, eremita capuchinho.
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