quarta-feira, 23 de outubro de 2019


Conversão de São Francisco

(Frei Tomás de Celano: VIDA I)







1- A longa enfermidade provoca algumas mudanças na alma do jovem Francisco (1Cel 3): “Esmagado longamente pela enfermidade... começou a pensar consigo mesmo outras coisas que não as de costume”;


2- Guerra na Apúlia - planejamento, resistência e desistência (1Cel 4-7): Ainda preocupando-se “com as coisas que são do mundo”, Francisco deseja ir para a guerra na Apúlia com um nobre de Assis; sonhou com sua casa cheia de armas militares; Porém, “mudado de espírito, não de corpo, desde então se recusa a ir a Apúlia e se esforça por orientar sua vontade para a vontade divina; auxiliado por um amigo, passou a rezar numa gruta perto de Assis; “Num certo dia, como tivesse invocado mais plenamente a misericórdia do Senhor, foi-lhe mostrado o que ele precisava fazer”; “Dizia que não queria ir à Apúlia, mas prometia fazer na própria terra coisas mais nobres e maiores”; Até pensavam que Francisco estava pensando em casar-se;


3- Vende tecidos em Foligno e quer empregar o dinheiro na restauração de São Damião (1Cel 8-9): “Tendo vendido, como de costume, todas as coisas que levara, o feliz comerciante, depois de ter recebido o preço, deixou também o cavalo em que então montava e, voltando de lá, tendo deposto o fardo, pensava com religioso intuito o que faria do dinheiro”;  “Ao voltar para a cidade de Assis, descobre perto da estrada uma igreja que outrora havia sido construída em honra de São Damião, mas que ameaçava ruína próxima, devido à demasiada antiguidade”; Encontrou na referida igreja “um sacerdote pobre” ao qual ofereceu o dinheiro para a devida restauração; O sacerdote não aceita o dinheiro, permitindo apenas que Francisco morasse com ele por algum tempo; Francisco “atira em uma janela” o dinheiro que trazia consigo;


4- Reação do pai (1Cel 10-11): “Morando o servo do Deus Altíssimo no predito lugar [São Damião], o pai dele rodou por toda parte como zeloso investigador, desejando saber o que tinha sido feito de seu filho”; Depois que ficou sabendo, foi buscar Francisco, mas este conseguiu se esconder numa gruta por um mês; A seguir, o jovem entra em Assis onde é considerado um louco;


5- Rompimento com o pai (1Cel 12-15): Quando o pai tem notícia da situação do filho, “arrastou-o para casa de maneira bastante irreverente e indecorosa... encerrou-o por oito dias num lugar escuro”; tendo o pai se ausentado de casa, sua mãe o livrou da prisão e ele “voltou depressa ao lugar em que estivera antes” [São Damião]; Depois de retornar da viagem, o pai vai em busca do filho em São Damião “para pelo menos expulsá-lo da região, se não pudesse trazê-lo de volta”; “O pai “vendo que não podia trazê-lo de volta do caminho iniciado, empenha-se totalmente em arrancar-lhe o dinheiro”; Tendo encontrado o dinheiro atirado à janela “extingue-se o furor do exasperado pai... Em seguida leva-o à presença do bispo da cidade para que, renunciando nas mãos dele a todos os bens, restituísse tudo o que tinha”; Francisco renunciando a tudo, “desnuda-se totalmente diante de todos”; o bispo “acolhendo-o entre seus braços, cobriu-o com o manto com que estava vestido”;


6- Convivência com leprosos (1Cel 16-17): “Vestido agora com andrajos aquele que outrora usava escarlate, ao caminhar por um bosque e cantar louvores ao Senhor em língua francesa” foi vítima de ladrões que o atiraram na neve; Chegando a um mosteiro, “estando durante muitos dias vestido somente com uma camisa barata como servente na cozinha, ele desejou saciar-se ao menos com o caldo... Saindo dali, não movido pela ira, mas pela necessidade, chegou à cidade de Gubbio onde um antigo amigo adquiriu para ele uma túnica”; “Em seguida, o santo amante de toda humildade transferiu-se para junto dos leprosos e permanecia com eles, servindo como o maior cuidado a todos por amor de Deus”; “Vivendo ainda no hábito secular, num certo dia encontrou um leproso e, superando-se a si mesmo, aproximou-se e beijou-o... Ajudava também aos outros pobres, enquanto permanecia no mundo e seguia o mundo... Num certo dia, contra seu costume, porque era muito cortês, ao censurar a um pobre que lhe pedia esmola, imediatamente levado pelo arrependimento,...colocou em seu coração o propósito de que daí em diante, na medida do possível, a ninguém que lhe pedisse por amor de Deus negaria algo”;


7- Restaura São Damião (1Cel 18): “E depois que voltou ao lugar em que, como foi dito, antigamente fora construída a igreja de São Damião... restaurou-a cuidadosamente em breve tempo”;


8- Porciúncula (1Cel 21): depois de restaurar uma segunda igreja “perto da cidade de Assis”, ele se transferiu para a Porciúncula que “estava então deserta e por ninguém era cuidada”; Quando “a viu assim destruída, movido de compaixão,... começou a morar aí permanentemente. E aconteceu que, depois que restaurou a dita igreja, decorria o terceiro anos de sua conversão. Nesse tempo, trajando um hábito parecido com o eremítico, cingindo uma correia e portando um bastão, andava com os pés calçados”;


9- Escuta do Evangelho (1Cel 22-23): Certo dia, na Porciúncula, escutou o Evangelho do envio dos discípulos; Depois da missa “ele suplicou humildemente ao sacerdote que lhe fosse explicado o Evangelho”; Após ouvir a explicação, Francisco diz: “É isto que eu quero, é isto que eu procuro, é isto que eu desejo fazer do íntimo do coração”; “Desata imediatamente os calçados dos pés, depõe o bastão das mãos e, contente com uma só túnica, trocou a correia por um cordão”; “A partir de então... começou a pregar a todos a penitência, edificando a todos com palavras simples... É certamente admirável, porque começou a pregar onde no início, quando era criança, aprendera a ler; e nesse lugar também foi primeiramente sepultado... Em toda pregação sua, antes de propor a palavra de Deus aos que estavam reunidos, invocava a paz, dizendo: O Senhor vos dê a paz!”;


10- Primeiros companheiros (1Cel 24): o primeiro “foi alguém de Assis que tinha espírito piedoso e simples” e o segundo foi frei Bernardo.




Paz e Bem!

Frei Salvio Romero, eremita capuchinho.

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